quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Incontrolável pressa.


E então, há um tempo atrás queria um amor, talvez eu já amasse, há muito mais tempo e não soubesse. Queria um amor, mas não era um amor qualquer, não estava com o coração aberto para conhecer alguém, eu já conhecia, por fora e talvez um pouco por dentro. Queria um amor que eu já sabia nome e sobrenome, já estava ali pronto e por perto. De longe, sabia de tudo, de como era, mas quando se aproximava, parecia que eu viria a ter um surto de amnésia, me derretia, como manteiga em pão quente. Queria um amor de filme, um romance, com direito a flores, e muitas lagrimas, estilo aquele que a gente senta pra assistir e nos enxergamos na tela, como um sonho. Seria possível, mas há pessoas e pessoas, e tem gente que de cara a gente vê que nunca (nunca diga nunca, mas..), ou que parece obvio que nunca conseguirão viver ou fazer isso acontecer. Acontece que não tem perfil, não tem estilo, ou sei lá, (talvez pra isso não precise de perfil, estilo, o requisito mínimo é um coração batendo dentro do peito.) não poderia julgar pela aparência, e também pelas coisas que diz, mas o faz justifica meu julgamento, talvez precipitado. Nem tudo o que as pessoas expressam, é o que realmente elas são. Talvez diante de um rosto fechado, uma expressão meio dura, pra esta vida que é tão linda (por dias.). Se formasse um sorriso muito tímido, porém lindo, talvez um sorriso sincero, e tornando-o muito mais apaixonante e amável. Talvez a maneira tímida de ser, me fizesse curiosa,o modo reservado, falando pouco, mas pouco esse que me satisfazia, até eu querer saber um pouco mais, arrancar mais algumas palavras, de alguém tão sério, e que parecia ser tão frio. Quando se abria e falava algumas palavras da própria biografia, parecia não ter medo, nem vergonha. E era o que me encantava, era o que me alucinava, o que me deixava por horas boquiaberta,assistindo-o largar todas aquelas palavras, muitas firmes, mas a maioria sem muita certeza. Com um jeito desajeitado, um jeito próprio, e manias e vontades que não se espera de alguém, manias próprias, poucas, mas complicadíssimas. Não sei, era resposta pra quase todas as perguntas que lhe eram feitas. Custava a decidir e se firmar sobre algo ou alguém. E o que era de muita certeza, era explicito,brilhavam os olhos e não tinha com negar o encantamento. E eu sempre encantada, alucinada por tudo, não sou muito de gente que tem dificuldade para decisões, e que muito diz não sei, mas ele podia, porque parecia que tinha mais charme, cada ‘não sei’ me deixava mais encantada, cada vez mais e mais. Eu gostava, mas sabia que uma hora esse não sei, ia me fazer desistir, uma hora essa interrogação dele, ia vir a ser uma exclamação minha, e foi. Não tive paciência nem tempo, de ficar a escuta do não sei, das mudanças repentinas de humor, e das manias e vontades esquisitas. Talvez o encanto por demorar tanto, foi se acabando. A magia já não era mais a mesma,e eu me afastava cada dia mais. Talvez deveria ter esperado mais, mas não consegui, se esperasse mais não seria eu, ou enlouqueceria de curiosidade e tédio, e mesmo que não fosse, esperar eu espero, esperei. Mas não por muito tempo. Tenho uma pressa incontrolável. Não sou de abandonar a canoa quando começa a afundar, mas essa me obrigou, não consegui ir mais longe, mais fundo. Por horas penso que foi o melhor que fiz, por horas não, por dias sinto uma saudade imensa, e por outros nada. Minha saudade passa, minha paciência acabou, meu tempo de espera chegou ao limite, a magia se esvaiu, mas o sentimento ainda não se fragmentou, por dias ele ainda berra por aqui, ainda estica o braço pra eu alcançar minha mão a sua, talvez para eu voltar e viver tudo aquilo que deixei pra trás, por ter uma pressa incontrolável de viver.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Do nada.


E então mais uma vez me peguei revirando o passado. Scripts, mensagens de celular, fotos, recados. Revirando tudo o que eu achava que já tinha acabado, já tinha esquecido, eliminado. Talvez sim, talvez tenha acabado, mas esquecer parece que não, parece que hoje o destino resolveu me lembrar da existência de alguém. Alguém que eu sabia todos os passos, alguém que me alegrava, que me fazia dar gargalhadas, alguém esse que a vida ou o destino colocaram no meu caminho, sem ou com razão de alguma coisa. Alguém que ainda faz meu coração por vezes bater mais forte, minha perna ficar bamba, toca e minha mão suar desesperadamente. Alguém que quando muda o status ou a frase do messenger me faz refletir, desconfiar, e as vezes até desatinar. Alguém que me faz sentir certas coisas que raras as vezes sinto, inclusive medo. Alguém que hoje é só, alguém que esta longe, que não me faz mais rir, mas que ainda existe aqui dentro do meu peito. Sinto tanto, tanta coisa, me torturo tanto. Tento me destruir com tudo que tenho por perto, livros, internet, telefonema; mas giro, giro, e me pego voltando com tudo, com toda essa tortura. Acabo até procurando e pensando em tudo. Tento me convencer de que Deus escreve certo por linhas tortas. Mas não adianta, mesmo assim não me conformo, penso no que o destino queria (já escrevi sobre isso, mas insisto.) se tinha algo para me mostrar, porque me deu e me tirou, ou eu joguei fora, que seja. Mas por quê? Não consigo entender, não consigo assimilar, concluir. Sei também que é coisa de momento, que mais tarde vou dormir, e quando acordar não vou lembrar. Mas enquanto não durmo e até dormir, vou pensar. Minha vontade agora era voltar no tempo, como em fita de vídeo cassete, rebobinar tudo. Mas não dá, diferente do vídeo cassete, a vida não tem fita, e quanto menos dá pra rebobinar. Custei a admitir, mas a mais pura e sincera verdade é que estou com saudade. E uma saudade boa, mas que tem que passar. Bom seria se fosse como aniversário de criança, que tem hora pra começar e pra terminar, que se divertem o máximo, usufruem tudo o que podem durante aquele tempo, e depois chega ao fim, e ponto. Saudade é bom e faz bem, gosto de sentir saudade, gostaria de matar a saudade, mas como não dá, como não posso, me contento e fico feliz em ao menos sentir saudade. Fico quietinha sentindo tudo, sozinha, isolada, eu e a minha saudade. Já senti saudade ruim, saudade que dói, mas essa que chegou por aqui hoje não é a mesma que andou por aqui algum tempo atrás, esse é boa, essa faz bem. Ôh sentimento bom, ôh saudade boa.

sábado, 23 de outubro de 2010

Continua


E depois de tanto tempo no meio dos conflitos, do meu racional com o meu sentimental, os ânimos foram se acalmando. Mas continuava a pensar, umas cinco vezes por semana o conflito dos dois voltara. E depois que passava, e como se nada tivesse acontecido a vida continuava.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Inconstante




Assistindo amanhecer de um dia que me parece lindo, meus sentimentos latejam como um pé, dentro de um sapato apertado pede socorro incessavelmente. Nunca fui de prender nada, nem ninguém, mas parece que certas coisas se pregam a mim, se prendem a meu corpo, sentimentos, de certa forma, me deixando sem escapatória de sofrimento ou dor, sensação boa ou ruim.

Por incrível que pareça sou sensível, e muitas vezes até amável. Sou fria e realista. Quando vem o bolo eu já estou cantando os parabéns pra você. Talvez isso não seja bom, ou seja, vejo tudo muito próximo, rápido. Tenho pressa. Também sou controlada, controladora, não gosto de erros, não gosto de manha, sou adepta a praticidade. Gosto de ação. Sou uma incógnita, e quando se refere a sentimentos sou ou tento ser uma muralha. Mas também sou flexível, e aos poucos até me torno domável – isso quando quero. Imprevisível – sempre, não gosto de data e hora marcada, gosto da espontaneidade das coisas, aliás, da vida. Não gosto de agenda, tenho pavor a horários, se me marcares às quatro da tarde, podes ter a certeza que chegarei no mínimo uns vinte minutos atrasada, pedindo desculpas e morrendo de remorso, não sou adepta a isso, é muito controle para uma descontrolada e desenfreada como eu. Por momentos sou tão fria quanto o pólo norte, mas também quente como uma lareira ardendo em chamas. Sou instável, mutável, amável, sensível e facilmente irritável, e meu coração muitas vezes parece o lugar mais quente do mundo.

sábado, 9 de outubro de 2010

Escrevo por quê?


Escrevo porque me liberta, alivia, me faz um bem enorme, refresca minha alma.

Escrevo porque gosto, gosto de brincar com as palavras, com os pontos e vírgulas.

Gosto de jogar os meus sentimentos e transformá-los em palavras, rimas, textos, onde guardo todos pra sempre. Escrevo como terapia. Escrevo porque entro em mim mesma, com uma força, uma vontade, e uma sede, de conhecer esta alma que habita meu corpo. Escrevo amor e dor, felicidade e saudade, escrevo tudo o que está dentro de mim. Me perco nas palavras, nos sentimentos, me perco neste labirinto que sou eu.

Quando escrevo, me liberto. Quando ponho todas estas letras no papel tiro quilos e sentimentos de dentro de mim, coisas que só eu posso sentir. Não tem hora marcada, não tem dia, não preciso de sol, nem de chuva, preciso só de um coração batendo no meu peito.

Quando escrevo sinto o mundo na palma da minha mão.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Nem eu, nem tu.




Em uma tarde de chuva, entre um mate e um gomo de bergamota. Entre tu, entre eu, entre o bom e o ruim; entre a realidade e a ilusão; entre o amor e a atração; Meus pensamentos passam em uma velocidade que ultimamente nunca havia sido vista. Sentimentos vão e vem com rapidez. São amenizados com bolsa de gelo, são por momentos congelados, são guardados de certa forma. Ou são aquecidos com saudade e afeto. De uma forma ou outra, continuam ali esperando pra voltar a se manifestar. Antes não amenizava e nem era guardado, estava sempre aquecido, sempre visível. Agora fica ali, quietinho, guardado no peito. Antes dormia e acordava aos berros no meu peito, gritando, manifestando, urrando pra ser liberto. Libertei ou tentei, cada um a sua maneira. E então a minha maneira, já libertei, surtei, gritei e chorei, e agora mais uma vez é hora de guardar - guardo, escondo, sem direito a manifesto, sem direito a mais nenhuma manifestação. Calo - calasse aos poucos dentro do meu peito, faço-o mudo, invisível, e eu surda, cega, sem querer escutar mais nada, sentir menos, me faço uma muralha, um poste, uma parede, ou algo do tipo sem sentimentos. Mas como é impossível sinto calada, sinto amedrontada – quando sinto. Queria perto, hoje quero longe, distante e invisível, não quero ver, nem sentir, apenas esquecer. Talvez não haja bom e ruim, realidade e ilusão, amor e atração, nem eu, nem tu.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Aos poucos


E depois de dias longos e cinzentos, que pareciam me amarrar dentro de mim mesma, aos meus pior sentimentos, minhas piores dores. Vem chegando o calorzinho, um solzinho, uma liberdade, vem me desatando aos poucos,( por incrível que pareça, mas por alguns meses me senti atada, e fui eu quem me atei) me livrando de tudo, vem me deixando com uma paz, uma tranqüilidade. Andei por meses na contramão, ou então por mão nenhuma, andei parada, imóvel, como uma estátua, e agora parece que aos poucos vou voltando a andar, talvez não mais na contramão, talvez no caminho da minha sorte, no caminho da minha direção. Por horas penso que tudo foi uma fase, e realmente era só questão de tempo. E foi, só uma fase, e o tempo passou e tudo volta aos poucos ao seu normal. Á um tempo atrás os dias e os meses demoravam a passar, eram duradouros, torturantes e chatos, e agora são tão bons e rápidos, agora que deveriam ser longos, agora que estão tão bons. Mas ao menos estão bons, eu estou bem, estou tranqüila, leve. Só em pensar que estamos na primavera uma alegria enorme, e em pensar que falta pouquíssimo para o verão mais ainda. É está tudo se encaminhando, esta tudo voltado ao normal. Estou voltando a ser gentil comigo.